O ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, participou do programa Brasil em Pauta e declarou que para “fazer com que o recurso realmente chegue nessas famílias que necessitam”, os dados dos cadastrados no auxílio serão revisados, contemplando apenas as famílias que tenham renda dentro do limite estabelecido. A entrevista foi exibida neste domingo (11), na TV Brasil.
Espera-se que 21 milhões de famílias passem a receber o auxílio de R$600 até o final do ano para que, assim, possam “gerar renda própria”, declarou o ministro. Apesar do aumento do valor repassado, é muito provável que ainda não seja o suficiente para garantir independência às famílias que o recebem.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para sustentar uma família de quatro pessoas em agosto de 2022, é necessário um salário mínimo de R$ 6.298,91. Dados do Mapa da Nova Pobreza apontam uma realidade completamente distante do ideal: 62,9 milhões de brasileiros sobrevivem com uma renda domiciliar per capita de até R$497 mensais.
Além desses dados, que o ministro desconhece ou ignora, os brasileiros bateram mais um recorde de endividamento e inadimplência no último mês. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 29,6% das famílias brasileiras estão com contas em atraso e 79,0% estão endividadas.
O governo que tanto diz defender a família brasileira demonstra não ser capaz de garantir uma vida digna a milhares delas, que estão se afundando cada vez mais na pobreza e não acreditam que sequer continuarão tendo acesso ao auxílio caso o presidente Bolsonaro seja reeleito.