Casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol voltam a preocupar autoridades de saúde em todo o país. Somente em São Paulo, três pessoas morreram após consumir gin, uísque e vodka contaminados. Em Pernambuco, duas mortes e um caso de cegueira estão sendo investigados.
O metanol é um tipo de álcool usado na indústria e totalmente diferente do etanol, presente nas bebidas comuns. Quando ingerido, o corpo transforma a substância em compostos altamente tóxicos, como o aldeído fórmico e o ácido fórmico.
Segundo o professor de química farmacêutica da UFRN, Jairo Sotero, “o ácido fórmico é o grande vilão da toxicidade. Ele pode afetar o nervo óptico, causando cegueira irreversível, além de lesões no cérebro e nos rins, podendo levar à insuficiência renal.”
Os sintomas da intoxicação geralmente aparecem entre 12 e 24 horas após o consumo. Mesmo com tratamento médico, as sequelas podem ser permanentes. Por isso, especialistas reforçam a importância de atenção redobrada ao comprar bebidas alcoólicas.
Em Natal, a diretora do PROCON, Dina Pérez, alerta que o consumidor deve ter atenção redobrada as informações presentes nos produtos.
“Não se deve comprar bebidas em estabelecimentos informais ou sem nota fiscal. É essencial verificar rótulo, lacre e validade. Em caso de suspeita de alteração, isole o lote, preserve as embalagens e denuncie imediatamente ao PROCON, à Vigilância Sanitária ou à Polícia Civil.”
O Ministério da Saúde determinou a notificação imediata de casos suspeitos. O alerta também foi reforçado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que ressaltou a importância do sistema de alerta rápido ligado à Secretaria Nacional de Política sobre Drogas e Gestão de Ativos. Qualquer sintoma após ingerir bebida alcoólica deve ser motivo para procurar atendimento médico imediato.