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O sonho de se tornar auditora fiscal do trabalho custou R$ 400 mil à família de Larissa de Oliveira Neves (foto em destaque), 25 anos, e terminou em escândalo. Enquanto deveria estar estudando para o curso de formação em Brasília, a jovem trocava mensagens com o pai sobre a venda de anabolizantes.
A descoberta foi feita pela Polícia Federal, que investiga o esquema de fraudes no Concurso Nacional Unificado (CNU), revelado na Operação Escolha Errada, deflagrada na última semana.
As conversas mostram que, entre abril e maio deste ano, Larissa recebeu de Antônio Limeira das Neves, seu pai, uma lista de substâncias anabolizantes e correlatas para comercializar. Ela demonstrou interesse imediato e perguntou os preços, no mesmo período em que deveria estar focada nas provas eliminatórias do curso de formação.
Larissa nasceu em São Paulo e trabalhava como agente de segurança penitenciária, assim como o pai. Em 2024, decidiu fraudar o CNU para garantir o cargo de auditora fiscal, com salário inicial de R$ 22,9 mil. O esquema foi organizado por Wanderlan Limeira, tio da jovem, ex-policial militar com histórico criminal e apontado pela PF como líder da quadrilha.
Sem o dinheiro à vista, a família vendeu imóveis e um Honda Civic vermelho para quitar a fraude. Mensagens obtidas pela PF mostram Larissa negociando com o pai “desconto” no preço e combinando o envio do gabarito. Em 18 de agosto de 2024, ela fez a prova em Patos (PB) e obteve resultado idêntico ao de outros integrantes do grupo, algo estatisticamente impossível.
A PF descobriu que Larissa também fraudou o curso de formação, com ajuda de Lais Giselly Nunes de Araújo, advogada e conhecida como a “candidata gênio”. Durante o curso, Larissa chegou a comprar apostilas para “simular” dedicação, enquanto recebia respostas e negociava anabolizantes com o pai.
BG