A PF (Polícia Federal) concluiu que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) não agiu para coagir ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) ou atrapalhar o andamento de sua ação penal durante sua estadia na Itália e a livrou de um indiciamento.
A informação consta em relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes na última semana. O magistrado encaminhou o documento para a PGR (Procuradoria-Geral da República), que terá 15 dias para se manifestar sobre possível denúncia.
De acordo com a PF, apesar de a intenção de atrapalhar o processo criminal ter sido verbalizada pela deputada, não há provas de que Zambelli tenha efetivamente agido para isso.
“Embora a intenção de frustrar a aplicação da lei penal tenha sido verbalizada, o comportamento de Carla Zambelli, salvo melhor juízo, não ultrapassou o campo da retórica, inexistindo prova de efetivo êxito na adoção de expedientes, contatos, articulações ou providências aptas a comprometer o regular andamento de ação penal”, afirma.
A investigação contra a deputada foi aberta em junho a pedido de Moraes. Na decisão, o ministro mandou que a PF ouvisse a deputada por escrito, uma vez que ela estava fora do país, e determinou que o Banco Central informasse, detalhadamente, os valores e os remetentes de PIX recebidos por Zambelli nos 30 dias anteriores.
A suspeita era dos crimes de coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
Condenada pelo STF a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas CNJ, Zambelli havia há pouco tempo anunciado que deixara o país. Em seguida, teve a prisão preventiva decretada por ordem de Moraes.
“As diversas entrevistas da ré indicam que a sua fuga do território nacional se reveste, além da tentativa de impedir a aplicação da lei penal, também, na reiteração das condutas criminosas de atentar contra as Instituições, por meio de desinformação para descredibilizar das instituições democráticas brasileiras e de interferir no andamento de processos judiciais em trâmite nesta Corte”, afirmou Moraes na decisão.
Zambelli está presa na Itália enquanto aguarda definição sobre possível extradição para cumprir pena no Brasil. A cassação do mandato da deputada também está sendo analisada pela Câmara.
Fonte: CNN Brasil