Portal questiona ida de prefeita do interior do RN à China para participar de uma “missão internacional”

 

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A prefeita de Pau dos Ferros, Marianna Almeida, embarca neste final de semana para a China, onde participará de uma “missão internacional”. O objetivo oficial é “abrir caminhos para o desenvolvimento econômico e social do município”. Na prática, porém, a viagem levanta questionamentos inevitáveis: o que uma prefeita de uma cidade pequena do interior do Rio Grande do Norte vai realmente fazer do outro lado do mundo, e a que custo para os cofres públicos?, questiona o Portal Potiguar.

Enquanto a gestora fala em “atrair investimentos” e “fortalecer parcerias internacionais”, a realidade de Pau dos Ferros é bem diferente da propaganda institucional. O município carece de indústrias, geração de empregos e até de serviços básicos de manutenção urbana. Ruas deterioradas, praças abandonadas e comércios fechando as portas fazem parte do cenário de uma cidade que há muito tempo parece parada no tempo.

O discurso de “atrair investimentos” que embala a viagem não encontra respaldo na prática. Um exemplo disso é o galpão industrial construído com recursos públicos, que desde a inauguração segue sem uso, vazio e abandonado. Nenhuma empresa se instalou, nenhum emprego foi criado. Se a gestora tem dificuldade para atrair investimentos dentro do próprio estado e município, o que esperar de uma viagem ao outro lado do planeta?

Além disso, o custo de uma missão internacional como essa, com passagens, hospedagem, alimentação e transporte, representa um peso significativo para os cofres públicos. O contribuinte tem o direito de questionar se o dinheiro público está sendo gasto com responsabilidade e prioridade.

Se a prefeita quer mostrar Pau dos Ferros “ao mundo”, talvez fosse mais produtivo começar mostrando resultados dentro da própria cidade. Resolver o abandono do centro comercial, dar destino ao galpão industrial, melhorar a infraestrutura e estimular o empreendedorismo seriam passos muito mais concretos — e bem mais baratos — do que uma viagem internacional custeada com dinheiro público.

Vale lembrar o caso da empresa E.T. Diniz, uma das mais conhecidas da região, que fechou na semana passada, deixando mais de 50 pessoas desempregadas na cidade.

Fonte: Portal Potiguar