OAB critica “comemoração” da morte de Lázaro nas redes sociais

 


A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Goiás lamentou a “espetacularização e a celebração” da morte de Lázaro Barbosa, de 32 anos, na manhã desta segunda-feira (28), durante confronto com polícias da força-tarefa em Itamaracá, Águas Lindas de Goiás, região onde o serial killer estava sendo procurado desde a noite de domingo. Após ser baleado, ele chegou a ser encaminhado para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos.

Em nota, divulgada na tarde desta segunda-feira, o órgão afirma que a divulgação de fotos e vídeos de pessoa morta pode configurar crime, conforme o artigo 212 do Código Penal, passível de detenção de um a três anos e multa.

Em outro trecho do comunicado, a OAB-GO ressalta que aguarda a investigação da Polícia Civil se as circunstâncias da morte do foragido ocorreram nos “limites da legalidade”.

Durante os últimos 20 dias, 270 policiais procuravam por Lázaro. Participaram das buscas equipes das polícias Civil e Militar de Goiás e do Distrito Federal, da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (DF) e do Corpo de Bombeiros Militar.

De acordo com a Secretaria de Segurança de Goiás, Lázaro era investigado por mais de 30 crimes, cometidos naquele estado, na Bahia e no Distrito Federal. Ele é suspeito da morte de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, no DF, e do funcionário de uma fazenda no distrito de Girassol, em Goiás.

A maioria dos casos é referente a crimes de latrocínio (roubo seguido de morte). Durante sua fuga, Lázaro invadiu propriedades rurais, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar. Ele já tinha condenações por um homicídio cometido na Bahia e por um estupro no DF.

Já a vice-presidente da OAB do Distrito Federal (OAB-DF), Cristiane Damasceno, criticou a falta de transparência das forças de segurança que atuaram na captura e na morte de Lázaro.

Para a especialista em direito processual penal, as secretarias de Segurança Pública de Goiás e do Distrito Federal devem esclarecer como foi feita a operação e se houve transgressão de direitos do foragido. “Há muito o que se explicar. Como ele reagiu? Para onde ele disparou? Se descarregou a arma, onde estão os feridos? Não foi explicado qual o armamento utilizado por ele”, questiona.

“Estavam presentes 270 pessoas, drones e helicóptero. Com todo esse aparato, não conseguiram alvejar o foragido no ombro para pará-lo? Foram 38 tiros!”, destaca. Ela pede que a perícia seja feita e que os responsáveis pelo caso informem à sociedade como a captura e a morte ocorreram, assim como a motivação dos crimes cometidos por Lázaro. “Com informações claras e transparência, toda a sociedade poderá desenvolver mecanismos para proteger melhor a sociedade, além de melhorar os sistemas de buscas”, pontua. As informações são dos jornais O Globo e Correio Braziliense.


 Folha da República.