Trisal diz que administradora foi demitida após assumir poliamor com policiais no interior do Acre

 

Relacionamento dos sargentos da Polícia Militar Alda Nery, Erisson Nery e a administradora Darlene Oliveira, começou há quase um ano — Foto: Arquivo pessoal

VEJA MAIS: Relacionamento de sargentos da PM no AC que assumiram trisal com administradora ganha repercussão nacional com criação de perfil em rede social

O sargento Erisson Nery disse que não querem se pronunciar no momento e que vão avaliar após ter sido procurado pelo G1. Dos três, Darlene sempre evitou dar entrevistas sobre o relacionamento.

Alda e Erisson Nery são sargentos da PM e já eram casados quando conheceram a administradora Darlene. No último dia 12, eles passaram o primeiro dia dos namorados juntos.

Os três assumiram a relação há quase um ano. Mais recentemente, há cerca de seis meses, eles criaram um perfil em uma rede social para divulgar como é a vida que escolheram.

Mas a repercussão, além de trazer mensagens de apoio e até relatos de pessoas que levam o mesmo estilo de vida, acabou com a demissão de Darlene, segundo a sargento Alda. Ela diz que a companheira foi demitida com a justificativa de que a exposição dela afetaria a imagem da empresa. A policial também não cita o nome da empresa onde Darlene trabalhava.

“A Darlene perdeu o emprego baseado na justificativa de que ela estava se expondo demais e que isso faria mal à imagem da empresa na qual ela trabalhava. Hoje, a Darlene já está trabalhando numa empresa maravilhosa, aonde os chefes têm uma mentalidade humana, uma mentalidade respeitosa, que respeitam as pessoas independente de suas escolhas sexuais”, desabafou a sargento.

Ainda no relato postado, Alda fala que Darlene não tem interesse em buscar seus direitos após o ocorrido e diz que o Brasil precisa melhorar.

“Eu não sei o que vocês acham, também não vou fazer aqui uma enquete, mas acho que a sexualidade ou a opção sexual ou quem alguém deseja amar não influencia em nada na sua competência como profissionais. Ô Brasil, nós precisamos mudar. Ô Brasil, nós precisamos melhorar, mas enquanto tivermos Darlenes, que não lutam pelos seus interesses, não brigam por seus direitos, as injustiças continuarão acontecendo. Eu não vou interferir, porque esse é um direito dela. Até quando situações como essas vão ficar impunes?”, completa.

Reação no comando

Erisson conta que ele e Alda seguem “o profissionalismo acima de tudo” na corporação. Segundo eles, até o momento não houve qualquer tipo de manifestação.

“A princípio, o Comando não se manifestou. Inclusive, a gente separou da outra página onde a gente fala sobre a nossa profissão para desvincular a imagem de militar do relacionamento. Durante o serviço, somos profissionais e quando trabalhamos juntos, lá ela é minha comandante e a trato como minha comandante, presto as devidas continências e obedeço todas as ordens. Enfim, há o profissionalismo acima de tudo. Lá no quartel não somos casados, é a sargento Alda e o sargento Nery. Assim que sempre foi e assim que sempre vai ser”, explica ele.

O Comando da PM no Acre informou que a instituição não vai se pronunciar externamente sobre o assunto.

G1