Desde que assumiu o cargo, Eraldo acreditou que o poder lhe pertencia de forma absoluta. Em vez de respeito e gratidão, preferiu o caminho do deboche e da arrogância, principalmente em relação àqueles que, outrora, lhe estenderam a mão. A soberba cegou sua visão política, esquecendo-se de que, na política, as mesas podem virar rapidamente. O desprezo aos eleitores e aliados se transformou em rejeição popular e numa derrota histórica nas urnas. O deboche não é apenas um erro tático; é uma declaração de desdém ao próprio povo que lhe conferiu poder.
Um exemplo clássico do impacto desastroso do deboche político vem da ex-governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, em sua tentativa de reeleição como prefeita de Mossoró. Rosalba, cuja trajetória política se vinculava fortemente à tradicional família Rosado, acreditava que seu nome e história falariam por si só. No entanto, cometeu o erro de menosprezar seu adversário e os anseios da população, preferindo a ironia e o sarcasmo como armas de campanha. Ao debochar do oponente, não apenas destruiu sua imagem, como também apagou décadas de influência política da família Rosado. O resultado? Não apenas uma derrota eleitoral, mas o triunfo massivo de seu adversário, que não apenas venceu o pleito como foi reeleito com altíssimos índices de aprovação. Rosalba se tornou o epitáfio de sua própria linhagem política.
A Bíblia, fonte de sabedoria atemporal, já nos alerta sobre os perigos da soberba: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Provérbios 16:18). O deboche, como expressão última de soberba, é o caminho mais curto para a destruição. Assim como Rosalba e Eraldo, muitos outros líderes ao longo da história acreditaram ser intocáveis, apenas para descobrir que o poder do povo, quando subestimado, tem o poder de destronar qualquer um.
Há uma ironia cruel no destino dos que debocham de seus opositores e da própria população. Eles se tornam vítimas de seu próprio veneno. Pensam que estão se elevando acima dos outros, mas, na verdade, estão cavando suas próprias tumbas políticas. A caneta pode ser poderosa, mas a voz do povo é imbatível e eterna.
Eraldo Ingrato, que um dia zombou de seus benfeitores, hoje é o exemplo perfeito de que o deboche é um suicídio político. Se tivesse compreendido isso a tempo, talvez hoje não estivesse relegado ao esquecimento político, como Rosalba, assistindo ao triunfo de seus antigos “adversários” que ele, com desdém, acreditava irrelevantes.
Lições não aprendidas se tornam destinos inevitáveis. Que outros políticos saibam ouvir, antes que a história os transforme em novos exemplos do fracasso causado pela soberba.
Por HD