Jaime Calado assume São Gonçalo diante do desafio de resgatar o desenvolvimento da cidade

 

Foto: Frankie MarconeFoto: Frankie Marcone

O prefeito eleito de São Gonçalo do Amarante, Jaime Calado (PSD), assumirá uma administração municipal marcada por sérias dificuldades financeiras a partir de amanhã (1º de janeiro).

Apenas a título de exemplo, a gestão do atual prefeito, Eraldo Paiva (PT), deixará uma dívida adicional de aproximadamente R$ 80 milhões anuais, resultado de aumentos na folha de pagamento e inadimplência em empréstimos.

Herança financeira crítica

Para agravar ainda mais a situação que Jaime Calado terá que enfrentar a partir de 2025, a irresponsável falta de transparência no processo de transição encobriu o real tamanho do problema. O novo prefeito – é quase certo – irá se deparar com novas surpresas desagradáveis nos primeiros meses de sua gestão.

Não é à toa que o próprio Jaime classificou o município como “completamente falido”. Entre os problemas já identificados pela equipe do futuro prefeito, destaca-se o impacto da revisão dos planos de carreira dos servidores, que gerou um aumento de R$ 3 milhões por mês na folha de pagamento. Esse acréscimo, equivalente a 25% das despesas, representa um custo extra de R$ 39 milhões anuais.

Vale ressaltar que a medida foi levada a cabo sem maiores estudos orçamentários, focando apenas nos interesses eleitorais de um prefeito que vinha muito mal avaliado.

Além disso, a gestão de Eraldo Paiva não quitou parcelas de um empréstimo, acarretando uma despesa adicional de R$ 38,2 milhões por ano. Somados, os dois fatores criam um déficit anual de R$ 77,2 milhões, comprometendo as finanças municipais.

Medidas de ajuste

Para enfrentar a crise, Jaime Calado anunciou uma série de ações voltadas à contenção de gastos. Entre elas estão:

  • Redução de 20% nos cargos comissionados e contratos terceirizados;
  • Acúmulo de funções por secretários municipais, como a fusão da Secretaria de Governo com a de Planejamento;
  • Corte de 10% no salário do prefeito eleito, como um gesto simbólico para conscientizar a população sobre a gravidade da situação.

O prefeito eleito garantiu, entretanto, que áreas essenciais, como saúde e educação, não serão sacrificadas.

Problemas na gestão atual

A transição também revelou outras dificuldades herdadas da gestão de Eraldo Paiva. Um exemplo é a paralisação dos serviços de coleta de lixo devido à falta de pagamento aos garis. Outra denúncia feita pela equipe de transição foi a perda de R$ 2 milhões em recursos federais destinados ao reaparelhamento da Guarda Municipal. O montante, que seria usado para a compra de viaturas, motocicletas e coletes, não foi captado por falhas administrativas na apresentação de documentos.

No setor de saúde, a gestão atual foi acusada de negligência ao permitir o vencimento de mais de 500 mil medicamentos em estoque, agravando os problemas enfrentados pela população.

Prioridades para 2025

Jaime Calado destacou que a recuperação financeira será uma prioridade de sua gestão. Além das medidas de contenção, ele planeja buscar apoio junto ao governo estadual e federal para viabilizar investimentos em infraestrutura e serviços públicos, garantindo um mínimo de estabilidade para o município.

“Não vamos sacrificar as áreas essenciais, mas precisamos agir com responsabilidade. O contrato com a população de São Gonçalo deve ser cumprido”, declarou o prefeito eleito.


fonte O Potengi